O mais remoto exemplar descoberto até agora pelos arqueólogos é uma gravação encontrada em parede da tumba de Kheruef, escriba real e intendente da esposa do faraó Akhenaton. A inscrição, situada logo à esquerda da entrada da tumba, no corredor que dá acesso a seu interior, é composta de uma grade de 14 casas verticais e 13 casas horizontais, nas quais foram gravados vários hieróglifos. A leitura faz sentido no sentido horizontal e no vertical, para todas as linhas e colunas.
Reprodução da grade com os “hieróglifos cruzados”

O ano da gravação: 1.350 a.C. Ou seja, 3.163 anos atrás.
Fontes: http://oi.uchicago.edu/research/pubs/catalog/oip/oip102.html | The Tomb of Kheruef: Theban Tomb 192, The Epigraphic Survey, Oriental Institute Publications 102, Chicago, EUA, 1980. ISBN: 0-918986-23-0.
O mais impressionante ‘jogo” de palavras cruzadas criado no Egito Antigo (por volta de 1.140 a.C.) é a Estela de Paser, exposta no British Museum (Museu Britânico), em Londres. Conhecida como “a estela das palavras cruzadas”, é formada por 80 linhas e 67 colunas de hieróglifos, embora originalmente fosse um quadrado 80 x 80, composto de 6.400 casas com hieróglifos. A estela foi encontrada bastante danificada próxima ao Templo de Amon, em Karnak, e contém frases de um hino dedicado aos deuses egípcios – assim como o “jogo” da tumba de Kheruef.

De seu autor sabe-se apenas o nome, gravado na estela: “Paser, veraz”.
Um detalhe: além dos sentidos horizontal e vertical, a Estela de Paser também pode ser lida quando se decifram os hieróglifos das linhas e colunas das extremidades da inscrição.
Fontes: http://bit.ly/IG1PNC | A Crossword Hymn to Mut, H. M. Stewart, The Journal of Egyptian Archaeology, Volume 57, Egypt Exploration Society, 1971.